A Farsa das Igrejas perante a Cristo

Jesus trouxe uma mensagem de amor incondicional, perdão e humildade. No entanto, ao observarmos o cenário atual das igrejas, especialmente muitas das igrejas evangélicas, percebemos que grande parte delas se afastou desse ensinamento central. Em vez de focarem na essência da mensagem de Cristo, algumas igrejas acabam promovendo práticas e doutrinas que pouco têm a ver com o que Jesus pregou no Novo Testamento. O nome de Cristo é, muitas vezes, usado para justificar atos que Ele jamais endossaria.

Neste post, vamos explorar como as igrejas, em muitos casos, não estão escutando a Cristo, usando o Seu nome para fins próprios, e distorcendo sua mensagem em prol de interesses pessoais, financeiros e de poder.


Qualquer Um Pode Ser Pastor: A Falta de Direcionamento Espiritual

Uma das características marcantes de muitas igrejas evangélicas modernas é que, frequentemente, qualquer pessoa pode se tornar pastor. Não há necessariamente um processo rigoroso de formação, estudo teológico profundo ou um chamado espiritual genuíno. Muitas vezes, indivíduos sem o preparo adequado se colocam como líderes espirituais, influenciando e guiando milhares de fiéis.

Essa falta de orientação e formação espiritual permite que muitas igrejas criem movimentos que não têm nada a ver com Cristo. Pastores sem conhecimento profundo da Bíblia, sem entendimento sobre os ensinamentos de Jesus, acabam criando doutrinas próprias, movidos por interesses pessoais ou por uma visão distorcida do cristianismo.

Jesus advertiu sobre falsos profetas que viriam em Seu nome, mas que não pregariam a verdade. E isso se reflete nas igrejas atuais, onde muitos líderes se colocam como representantes de Cristo, mas, na realidade, estão mais interessados em ganhos materiais e em controlar as massas do que em seguir os passos do Salvador.

“Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores.”
(Mateus 7:15)


A Comercialização da Fé: Os Dízimos e a Exploração Financeira

Um dos aspectos mais distorcidos na prática de algumas igrejas modernas é o uso dos dízimos. O dízimo, originalmente, era um ato de contribuição voluntária e espiritual, para ajudar nas necessidades da comunidade, mas muitas igrejas de hoje o tratam como uma obrigação financeira para o fiel. Eles impõem o pagamento do dízimo como uma condição para receber bênçãos de Deus, o que está longe do que Jesus ensinou.

“De graça vocês receberam; de graça deem.”
(Mateus 10:8)

Essa frase de Jesus exemplifica a ideia de que o amor de Deus e o serviço ao próximo não podem ser vendidos. A prática de algumas igrejas de pressionar os fiéis a contribuir financeiramente em troca de bênçãos espirituais cria uma comercialização da fé, onde o evangelho é transformado em um produto e não em uma mensagem de graça.

Além disso, muitos líderes religiosos nem conhecem a verdadeira origem do dízimo. No Antigo Testamento, o dízimo estava ligado à manutenção dos levitas (que não possuíam terras) e ao cuidado dos mais necessitados — órfãos, viúvas, estrangeiros. Mas, nas igrejas modernas, esse conceito foi distorcido, sendo usado para financiar a opulência de alguns pastores e para criar estruturas de poder que nada têm a ver com o espírito de generosidade ensinado por Jesus.


Movimentos Religiosos Sem Cristo: Doutrinas Inventadas e Manipulação

Outra distorção presente em muitas igrejas é a criação de movimentos religiosos baseados em doutrinas inventadas, que utilizam o nome de Cristo de maneira imprópria. Esses movimentos não têm fundamento bíblico e são, muitas vezes, uma forma de manipulação dos fiéis. A exploração do emocional, o medo do inferno, as promessas de prosperidade material, são usadas para controlar e enganar pessoas.

Jesus jamais pediu para que as pessoas seguissem doutrinas de medo ou que buscassem riquezas materiais como um sinal de bênção divina. Pelo contrário, Ele enfatizou a humildade, o desapego às posses, e a busca pelo Reino de Deus acima de tudo.

“Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”
(Mateus 6:24)

No entanto, muitas igrejas pregam justamente o contrário, promovendo um evangelho da prosperidade, onde riquezas são vistas como sinal da bênção divina e a pobreza como uma maldição ou falta de fé. Isso vai diretamente contra os ensinamentos de Jesus, que sempre exaltou os pobres e os humildes.


A Falta de Foco no Amor e no Perdão

Jesus veio para quebrar o legalismo e a hipocrisia dos líderes religiosos de sua época, os fariseus e saduceus, que se apegavam às leis rígidas, mas ignoravam o amor e a compaixão. No entanto, muitas igrejas modernas caem no mesmo erro, pregando doutrinas que julgam e condenam ao invés de promover o amor e o perdão.

Em vez de focar no amor ao próximo, que é o centro da mensagem de Cristo, essas igrejas promovem divisões e exclusões. Elas criam barreiras entre “os escolhidos” e “os pecadores”, algo que Jesus jamais ensinou. Ele andava com os marginalizados, os pecadores, e pregava o amor e o perdão acima de tudo.

“Um novo mandamento lhes dou: amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros.”
(João 13:34)


Cristo é o Foco, Não a Igreja

O problema com muitas das igrejas hoje é que elas perderam o foco em Cristo. Jesus é o coração do Novo Testamento, mas muitas vezes o que se vê são igrejas focadas em seus próprios interesses, em doutrinas inventadas, ou em manter uma estrutura de poder e controle sobre seus fiéis.

Cristo pregou o amor, o perdão, a simplicidade e o serviço ao próximo, mas muitas igrejas transformaram essa mensagem em algo complicado, cheio de regras e exigências que nada têm a ver com o Evangelho. Pastores e líderes que não compreendem a profundidade do ensinamento de Jesus acabam usando seu nome para legitimar suas próprias agendas.


Escutar a Cristo é o Mais Importante

Para quem busca verdadeiramente seguir a Jesus, é importante não se apegar cegamente a qualquer igreja ou liderança. Em vez disso, devemos buscar o que Cristo realmente ensinou, discernindo as práticas que estão alinhadas com Seus mandamentos e aquelas que não estão. A verdadeira fé em Cristo está no amor ao próximo, no perdão, na humildade e na busca por um relacionamento direto com Deus, sem intermediários que distorcem essa mensagem.

“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.”
(Mateus 7:21)

Cristo nos chama para algo maior que as regras e tradições humanas. Ele nos chama para um relacionamento de amor, sem a necessidade de estruturas rígidas ou líderes que busquem apenas o próprio interesse. Escutar a Cristo é buscar a verdadeira liberdade que vem através da fé, sem as amarras de doutrinas criadas por homens.

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